Segundo a tese 24 horas sem telemóvel: um estudo McLuhaniano sobre a utilização do telemóvel na sociedade contemporânea, de Patricia Dias, é inegável o profundo impacto que as comunicações móveis tiveram na maneira como olhamos o mundo e como nos relacionamos com ele. Actualmente, os telemóveis fazem parte do nosso dia-a-dia e foram incorporados na nossa vida diária, sendo uma tecnologia vista como necessária e pessoal tal como o relógio ou uma agenda, já que o telemóvel tem como principal funcionalidade a comunicação mas é portador de outras funções, tais como: agenda, relógio, contactos, jogos, mp3, rádio, etc., o que por sua vez reforça a importância que este objecto toma na nossa rotina diária. Assim, esta refere nas palavras de Marshall McLhuahn, que o telemóvel é uma extensão do próprio homem, uma extensão da própria personalidade: “ All media are extension of some human faculty – psychic or physical”.
Esta ideia também é referenciada no artigo de Rogério Santos, História das telecomunicações em Portugal, onde se enfatiza a ideia de como foi rápida a penetração do telemóvel no mercado e nas pessoas, nomeadamente em Portugal, bem como salienta a ideia de como o telemóvel pelas suas características de rapidez, flexibilidade e versatilidade ajudaram à sua rápida massificação, que ganha força quando o Observatório Mundial dos Sistemas de Comunicação anuncia que a taxa de penetração dos telemóveis na União Europeia ultrapassou em 2006 os cem por cento, sendo que foi contabilizado mais de um equipamento móvel por pessoa.
No artigo As mulheres e os telemóveis: uma relação por explorar, de Carla Ganito, da revista da Universidade Católica Comunidade e Mobilidade é enunciado que durante algum tempo o telemóvel não foi visto como um objecto de socialização, sendo mesmo considerado indesejável e menos apropriado para o contacto entre homens e mulheres de diferentes classes e é nos anos 20 e 30 do século XX que as mulheres começaram a aparecer em campanhas publicitárias com telefones. Actualmente, entre A Europa e os Estados Unidos, existe uma equivalência entre homens e mulheres no que diz respeito ao uso do telemóvel e no que toca à sua apropriação. Esta é muito semelhante ao que acontece nos outros objectos tecnológicos.
O caso da juventude é diferente: o SMS usado com a mesma percentagem tanto nas raparigas como nos rapazes, mas utilizam o telemóvel com objectivos diferentes:
· Raparigas: manter e reforçar relações em vez de utilizarem jogos, e a decoração do telemóvel;
· Rapazes: utilizam-o para jogos, câmera e outras aplicações lúdicas;
Objectivo comum: manter a proximidade entre grupos de indivíduos;
Porém, a desvantagem que aqui existe é a pouca capacidade de lidar com relações sociais quando se encontram pessoalmente.
No dia-a-dia o telemóvel é visto como um objecto de uso importante e bastante necessário, sem nos apercebermos das alterações profundas que este teve e continua a ter na sociedade e nos hábitos. Este ganhou uma importância tal na vida quotidiana dos indivíduos de todo o mundo que, retirar o telemóvel do bolso para fazer uma chamada ou enviar uma mensagem tornou-se um movimento usual em todas as sociedades.
ANA, ÉRICA E MARIA