terça-feira, 24 de março de 2009

The Final Cut


Nesta história futurística, os chips ZOE são inseridos no cérebro à nascença com o consentimento dos pais. Estes chips gravam integralmente a vida da pessoa e, aos 21 anos, é-lhes revelado essa existência. Quando esta morre, o vídeo é editado e escolhem-se as melhores imagens para serem apresentadas no funeral. A personagem principal do filme, Alan Hackman, interpretado por Robin Williams, é um editor que tem a cargo a selecção e edição dos vários chips que lhe são propostos.


A vida desta personagem foi baseada num episódio da sua infância, no qual se sentia culpado pela morte de um amigo. Este fardo levou-o a escolher esta profissão e a ser uma pessoa triste, melancólica e sem vida pessoal. Mas a vida de Hackman altera-se quando através de um chip que lhe foi entregue se apercebe de que o amigo não está morto. A partir desta altura, o seu principal objectivo será descobrir toda a verdade do seu episódio traumatizante.

Várias questões são levantadas em torno deste filme:
  • Será que com o avanço imparável da tecnologia, não estaremos a ir contra os nossos princípios de liberdade/privacidade e esta começar a interferir na nossa vida sem o querermos?

Imaginando esta nova tecnologia ZOE possível:

  • Será moralmente correcto ser uma pessoa estranha a escolher os melhores momentos da vida de outra, invadindo a sua privacidade?

  • E na questão do consentimentos dos pais em colocar o chip no cérebro dos seus filhos, será justo estes não terem uma palavra a dar e crescerem com algo que nem sequer escolheram ter?

Apesar do avanço tecnológico ser fundamental para o desenvolvimento da sociedade e para a qualidade de vida, tem que haver um estabelecimento de limite da parte de cada um, de forma a que este avanço não prejudique o nosso quotidano. Recorrendo ao que se viu no filme e ao que acontece nos dias de hoje, a privacidade também é uma questão que se coloca bastante. Até que ponto estamos expostos aos desconhecidos? Hoje em dia qualquer pessoa pode ter acesso a fotografias e a qualquer tipo de informação pessoal acerca de outra e em caso extremos usá-la com intenções prejudiciais.

Criticando abertamente o filme, não deveria ser o editor a trabalhar nas memórias dos falecidos, mas sim um familiar ou alguém suficientemente próximo. Quando abrimos a privacidade a alguém, não o fazemos a qualquer um e muito menos a um estranho, e é a questão da privacidade que mais se critica e analisa. Porquê um editor desconhecido?

Podemos reflectir também no verdadeiro sentido do significado da liberdade humana. Será justo uma pessoa descobrir, ao fim de 21 anos, que é portador de um chip ZOE e que toda a sua vida foi e será controlada? Uma vida deve ser aproveitada com liberdade e sem o controle e julgamento de outras pessoas e os nossos caminhos têm que ser escolhidos livremente, sem a preocupação que posteriormente tudo será revelado.



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